Estou postando aqui uma passagem do livro Divã, de Martha Medeiros. Lembrando que eu alterei alguns trechos a minha realidade, pois reflete algo que me aconteceu em Outubro de 2008, quando perdi uma pessoa muito especial. Desde então, fiquei várias vezes pensando sobre o que escrever sobre ele, mas nada vinha em mente, e quando um colega me passou esse texto, dizendo que ao ler tinha se lembrado de mim, e quando eu li, vi que caía como uma luva p/ o que sinto nesse momento, que é a saudade eterna de você maninho. Então aí está:
"É cedo demais para se despedir. J nasceu dois anos depois de mim, eu ainda respiro, ele não. É inacreditável que eu esteja vivo e ele pareça também estar, mas não. Enfrentar a morte de um amigo, de um irmão tão especial, com quem se repartiu todas as idades e momentos importantes, é enfrentar um pouco o próprio fim.
O que haverá além do sono eterno e do escuro? Para onde vão os trilhões de espíritos que, dizem, permancem existindo? As pessoas tem fé e acreditam, rezam e se consolam, procuram manter contato. Não me consola a vida eterna. Espero que J esteja dormindo e só.
Acredito em saudade, sei o quanto uma ausência pode doer, provocar contração muscular e até náusea. Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos. J foi, J era, J fez. Será difícil conjugar J no passado.
Não sei se choro por ele ou por mim. Como pode a morte, única certeza que nós temos na vida, ainda nos surpreender a cada avanço, a cada recado que nos envia? Como podemos nos iludir com uma imortalidade fictícia, fazendo planos e dando tempo ao tempo, quando neste exato momento o meu nome poderá estar prestes a ser deletado da vida. Neste último instante, pouco importa se fomos modernos ou caretas, sobra o quanto fizemos felizes aos outros, se muito felizes ou pouco felizes.
J me fez feliz e eu choro muito, desde ontem até agora, e de agora em diante um pouco todo dia. Sei que a felicidade de tê-lo conhecido me reencontrará, logo que a rotina me chamar, que eu precisar dar minhas aulas, voltar as aulas na faculdade, voltar a fazer teatro, ir ao supermercado ou pagar uma conta no banco. Será o momento de voltar à vida sem J ao telefone, sem J para almoçar comigo, sem J no MSN e no Orkut, mas com J no histórico, com J no homem que ele me ajudou a ser pela companhia, pela discordância, pelo conviver. Se ele estiver em paz, não me resta outra alternativa a não ser ficar também". TE AMO MANINHO!
PS: Lembrando que coloquei a inicial do nome como forma de preservar a mim e as pessoas que me cercam. Por isso não coloco nomes.


5 comentários:
Amiiigoo..
Lindoo o comentárioo..
Seii que ele está em paz siim, e não quer nos veer tristees...
Então alegriia sempre.. mas a saudade continuará eternamentee!
Querido...
Sugeri este trecho porque, realmente, achei bastante pertinente com a sua situação. E, na verdade, o que me chama bastante atenção é a forma como a autora termina: "Se ele estiver em paz, não me resta outra alternativa a não ser ficar também". E creio que esta é mesmo a única opção que nos resta.
Fique com Deus!
=)
Eu sei o quanto é dificil a perda, estive com você quando aconteceu e vi seu sofrimento, mas o que você tem que pensar é que com certeza agora ele ta melhor, que ele ta em paz e que quer que você não sofra mais, que quer te ver rindo e bem, como era quando ele esteve entre nós.
Martha Medeiros arrasa!
Fica bem
:*
Lindo.
Fiquei emocionada.
Mas o que tenta nos trazer acalanto num momento desses é esse pensamento de que ele está bem, melhor até que muitos de nós. Dormindo em sono profundo, mas não eterno.
Bjos meu querido.
Mari. Seu blog tá "um must"!
Be free!
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